31 de julho de 2010

Bom dia (se é que é possível).
Depois de ter ouvido hoje (ontem) o eng. Jardim Gonçalves na SICN fiquei "finalmente", como diz o arauto da verticalidade dum carvalho, o PM Sócrates, esclarecido.
Sobretudo em relação ao carácter e dissociável personalidade de quem "gere" empresas financeiras neste país. De quem manda na CMVM e do "government" do Banco de Portugal, das autoridades políticas e administrativas desta autêntica choldra, como diria Eça.
A entrevista está com certeza gravada. No meio do chorrilho de contradições com que o eng. Jardim Gonçalves presenteou os telepacíficos e telecrentes espectadores, pariu, melhor dizendo, abortou, esta alarvidade:
- o carácter das pessoas vai mudando...
O eng. Jardim Gonçalves estava era a jeito para ser entrevistado pela Oprah da CBS ou lá que raio de estação é aquela.
Vieram-me à memória o Snr. António Champalimaud, o Dr. Artur Santos Silva e o Snr. Pinto de Magalhães. Falando só em banqueiros. Estes sim.
Não me acredito que perfilhem ou perfilhassem da opinião do eng. Jardim Gonçalves.
Não vou trazer aqui com os detalhes do que qualifiquei atrás como "chorrilho de contradições", "a pack of lies" que ainda soa melhor, soa a offshore.
Quem não viu, bastar-lhe-á procurar na net, já deve estar algures.
No mínimo, edificante. No mínimo.
Esta entrevista foi para mim, a gota de água.
Da Justiça à Educação (ler o Manuel António Pina no JN de hoje 28) passando pela Cultura (ainda o M.A. Pina http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=1629335&opiniao=Manuel%20Ant%F3nio%20Pina) até às Finanças, transversalmente, horizontalmente, verticalmente, diagonalmente, enviesadamente, este nosso país está a morrer de uma doença de fácil diagnóstico.
Chama-se ABULIA - "Abulia é uma deterioração mais ou menos evidente da vontade de actuar, que se traduz na indecisão, na incapacidade para conceber ou concretizar acções e tomar decisões. O abúlico revela falta de interesse e de motivação, sentimento de impotência, dando a impressão de estar sempre cansado." (da infopédia).
Não conheço ninguém que não esteja estafado, cansado, farto até à ponta dos cabelos desta transgenia da Nossa Raça que com a arrogância e atitude de super-heróis de banda desenhada, montados no poder político e judicial pela bênção da alta finança que os lá pôs e mantém, nos chamam burros todos os dias, todos os santos dias sem excepção, 24 horas por dia, 7 dias na semana, 366 dias por ano nos anos bissextos, 365 dias e seis horas nos outros.
O tratamento e esperada cura são possíveis embora comportem os riscos inerentes a uma cirurgia invasiva mas de relativamente fácil execução técnica.
O "bargain" entre risco e probabilidade de sucesso demonstram historicamente e cientificamente que vale a pena o risco.
A execução técnica é simples :
Juntar uma centena de tipos "com eles no sítio", ir a casa desta escumalha toda à noite e a hora certa e coordenada, sem medo dos guarda-costas mas tecnicamente (militarmente) muito bem preparados.
Agarrá-los pelos colarinhos brancos, dar-lhes dois pares de bofetadas no focinho (com luva branca) pelo que nos andam a insultar e a roubar desde o início dos anos 90 e entregá-los na cadeia de Custóias ou de Alcoentre, em função da logística mais económica para o efeito. Com garantias de que não haveria concessão de liberdade condicional até ao fim da vida deles.
Levá-los à "justiça" seria um erro clínico grave, equivalente a receitar sangue fresco a uma carraça em vez de carbaril. Estes casos mórbidos só se resolvem com a cirurgia indicada. NADA MAIS.
Portugal chegou ao limite. Da falta de ética, de moral, até de cordialidade. De todos os valores. De amor-próprio, de alegria de viver em Portugal.
Como diz o Dr. Victor Ramalho, o nosso défice é de Alma.
Não é possível continuar a viver num país governado por vermes políticos e abutres a gerir sociedades financeiras.
Sem uma correcta definição do problema, não é possível equacioná-lo, logo, não é possível encontrar a solução.
O correcto equacionar do problema de Portugal exige que se ponha em evidência que a culpa não é deles.
Eles não estão doentes, estão saudáveis e recomendam-se. Não são é portugueses. A culpa é nossa, nós é que enfermamos de abulia mórbida.
O "défice de Alma" é culpa nossa. Tudo é culpa nossa.
Ou nos tratamos rapidamente ou não há voodu que nos ressuscite, nem como zombies.
Por falar em zombie, o que fazer com a figura do "P"Residente da República ?
Mandá-lo para o Haiti parece-me malévolo. O melhor era deixá-lo por aí e ir-lhe dando ração e água.
Fazer-lhe umas festitas de vez em quando para ele abanar a cauda e enxotar as moscas.
De vez em quando, não com muita frequência, deixá-lo ouvir-se a si próprio e à outra.
Mas educá-lo a cagar no jardim. Não em nossa casa.
Cheers. Jolly good.

28 de junho de 2010

Brinquedo

Foi um sonho que eu tive:

Era uma grande estrela de papel, um

Cordel

E um menino de bibe.

O menino tinha lançado a estrela

com ar de quem semeia uma ilusão;

e a estrela ia subindo, azul e amarela,

presa pelo cordel à sua mão.

Mas tão alto subiu

que deixou de ser estrela de papel.

e o menino, ao vê-la assim, sorriu

e cortou-lhe o cordel.

Abro este "blog" com o verdadeiro Prémio Nobel, Miguel Torga.